domingo, 26 de outubro de 2014

O TEU CHEIRO E O TEU GOSTO


Do teu cheiro
O gosto da tua pele
sal impregnado nos meus lábios
que me mata de sede
a beira da fonte dos teus prazeres.

O teu gosto na minha boca
mel que sacia os meus desejos
na hora derradeira
do medo de te perder
em meio dos lençóis.

O teu cheiro impregnado
no meu corpo
perfume raro que nem a chuva
leva de mim...

Teu cheiro....


Nada mais importa,
senão o teu cheiro de macho
e o suor que nos pega e gruda e excita.
Não há lá fora,
só aqui, entre essas paredes latejantes,
por onde flui teu desejo,
onde se desmascara meu falso pejo,
e a outra toma forma devassa.
Não, não me desperta!
Deixa esse peso por sobre minhas carnes,
essa água benta a me escorrer em brasa
e a tua mão convenientemente esquecida no meu seio.
Permite que eu seja teu veludo,
desliza a boca nas vestes que são tuas.
Nada mais importa,
senão tua pele
a me tatuar as vontades
e as entranhas.

Minha Vida...


Você é meu castigo, meu ninho, meu desperdício, um sonho que arrisco, sem perceber.
Você é o que mastigo, é quem rabisco em telas de vime, é o que me atiro, sem ver o risco de me perder.
Você é o que valida meu sacrifício, me surra, me empurra, aos precipícios sem se importar.
Você é o que persigo, me abriga, me rima, inspira versos de amor
nos caminhos que sigo, é tudo que quis desde menina, sem descansar.
Você é meu sorriso; o motivo que faz um amor sem medir a razão que me diz valer a pena lutar, o sentido de tudo me fazer feliz.

ALÉM DO MEU PRANTO


Pra te esquecer, eu… e esta madrugada aflita, neste momento imenso que é tanto, nesta lonjura de tudo que é vida, e que tira
das estrelas seu encanto, eu me juntei em vísceras e caminhei.
Incerto ainda, de não ter nas mãos o que ofertar além do meu pranto.
Vida que trafego insone dos seus sonhos e deste amor que hoje é vândalo e que lateja nesta estrada sem ti, que ficou pra seguir
e sentir esta dor que ainda é tanta.